SE ... Se puderes guardar o sangue frio diante de quem fora de si te acusar,e,no instante em que duvidem de teu �nimo e firmeza, tu puderes ter f� na pr�pria fortaleza, sem desprezar contudo a desconfian�a alheia ... Se tu puderes n�o odiar a quem te odeia, nem pagar com a cal�nia a quem te calunia, sem que tires da� motivos de ufania, sonhar, sem permitir que o sonho te domine, pensar sem que em pensar tua ambi��o se confine e esperar sempre e sempre, infatig�velmente ... Se com o mesmo sereno olhar indiferente puderes encarar a Derrota e a Vit�ria, como embustes que s�o da fortuna ilus�ria, e est�ico suportar que intrigas e mentiras deturpem a palavra honesta que profiras ... Se puderes, ao ver em peda�os destru�da pela sorte maldosa, a obra de tua vida, tomar de n�vo,a ferramenta desgastada e sem queixumes v�os, recome�ar do nada ... Se,tendo loucamente arriscado e perdido tudo quanto era teu,num s� lance atrevido, tu puderes voltar a faina ingrata e dura, sem aludir jamais � sinistra aventura ... Se tu puderes cora��o,m�sculos,nervos reduzir da vontade � condi��o de servos, que,embora exausto,lhe obede�am ao comando ... Se andando a par dos reis e com grandes lidando, puderes conservar a naturalidade, e no meio da turba a personalidade, imp�vido afrontar adula�oes, engodos, opress�es, merecer a confian�a de todos, sem que possa contar,todavia,contigo incondicionalmente o teu melhor amigo ... Se de cada minuto os sessenta segundos tu puderes tornar com o teu suor fecundos ... a Terra ser� tua, e os bens que se n�o somem e,que � melhor,meu filho,ent�o ser�s um Homem!
Rudyard Kipling *Nobel 1907*
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